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Histórias de Barbeiros

Quem caminha pelas ruas da Cidade de Deus não deixa de reparar na quantidade de barbearias que existem na comunidade. Lado a lado, elas aliam a tradição e a modernidade. Quem não dispensa um corte na navalha e uma barba feita à moda antiga pode procurar o barbeiro mais antigo da favela: seu Heraldo. Já os mais novos, que curtem um cabelo com desenho ou até mesmo pintado, devem ir até o salão da dona Joana, que emprega sete jovens, ou da família do barbeiro Borracha, que além do irmão, também tem o sobrinho como colega de trabalho.

Os preços também chamam a atenção. Um corte simples não passa de R$7 e há aqueles que ainda penduram a conta. Cada barbearia tem as suas especialidades e oferecem serviços de aparar as pontas, delineamento de sobrancelhas, pintura com reflexo, cortes com desenhos ou simples.

O seu Heraldo Patusco, de 72 anos, tem muita história pra contar. Aos 14 anos, se encantou pela profissão e começou a a exercer quando ainda morava em Minas Gerais, incentivado pelo tio: “Ainda lembro do primeiro corte de cabelo que fiz. Pedi autorização à minha mãe e cortei o cabelo do meu irmão. Depois de um tempo, meu tio me deu uma máquina manual e passei a cortar os cabelos dos primos e amigos, nos finais de semana. Ganhava um tostão, que hoje deve valer, mais ou menos, R$1,50”, recorda.

O grande sonho de Seu Heraldo era vir para o Rio de Janeiro e ser barbeiro em uma grande cidade. “Esse mesmo tio me trouxe para estudar no Rio e eu aproveitava e cortava o cabelo dos colegas de trabalho. Em 1957, consegui o meu primeiro emprego como barbeiro, no Leblon, perto da Praia do Pinto, onde morava. Mesmo depois de ter entrado para o exército eu aproveitava as folgas para cortar cabelo”.

No final de década de 60, Seu Heraldo se mudou para a Cidade de Deus e abriu sua barbearia que funciona desde da década de 80 perto da praça Padre Júlio Grooten. Com tantos anos de experiência, ele compara os serviços prestados pelos barbeiros modernos com os mais antigos:

“Quando comecei, as instalações eram azulejadas, havia armários para os funcionários guardarem seus pertences, prateleiras para os produtos de beleza e estrutura de uma empresa. Contratavam os profissionais com direitos trabalhistas, FGTS, férias, mas só as barbearias da Zona Sul honravam isso. Outra diferença é que as navalhas eram amoladas na pedra. Imagina como era difícil conseguir o tal do fio da navalha. Hoje, essa garotada só usa máquina elétrica”.

Na barbearia de seu Heraldo, a clientela abrange crianças e idosos. Alexandre Amaral Silva, 36 anos, é pai de Matheus de 7 e levou o filho, ainda com o uniforme da escola, para cortar o cabelo. “O preço é o maior atrativo para cortar o cabelo aqui. Pago R$ 5 e tenho o corte adequado. Prefiro que o cabelo do Matheus seja cortado na tesoura e essa técnica não é muito usada nas novas barbearias”, diz.

Aos 82 anos, Francisco Severino não troca a tradição na hora de cortar o cabelo. Todo mês, ele vai até o salão de Heraldo Patusco e para mostrar que a fidelidade é verdadeira, nunca foi ao salão que pertence a sua sobrinha. “Ela já disse várias vezes para eu cortar o cabelo com ela, mas já corto com o Heraldo há tanto tempo, que já perdi até a conta. Ele corta muito bem e o preço também é em conta”.

Morador da Cidade de Deus há 40 anos, ele não se incomoda de ter que andar um bom pedaço para cortar o cabelo todo mês. “Ele já se tornou um conhecido. Por isso, venho cortar aqui. Ando devagar e sempre”, conta Francisco, com o consentimento de Heraldo.

Barbearia moderna

Uma dessas barbearias modernas é a de dona Joana Maria Souza, na Praça do Garimpeiro, na quadra 13. Ela é uma senhora com mais de 60 anos e que emprega sete jovens entre 19 e 24 anos de idade. O espaço funcionava anteriormente como salão de beleza e tinha três cabeleireiras e duas manicures, mas “como entre mulheres rola muita fofoca”, segundo dona Joana, ela achou melhor fechar o salão.

Eles não têm salário fixo, mas ganham uma comissão por cada serviço feito. Quem quiser pode trabalhar aos domingos e embolsar todo o dinheiro. Em um bom dia de serviço, eles chegam a atender cerca de 80 clientes, o que acontece geralmente nos finais de semana e em dias de eventos na comunidade. Eles combinam o uso de máquina e navalha com lâminas descartáveis, diferente das antigas navalhas amoladas na pedra.

Dona Joana paga R$950 de aluguel pelo espaço e sua casa é no andar de cima. Sempre de bom humor, ela oferece até refrigerante para os clientes, um diferencial em sua loja. Até o fechamento da matéria, o salão de Dona Joana estava com duas vagas abertas para barbeiro.

Entre a mão de obra para atender todos esses clientes está Jean Claudio Peixoto Correia Silva, 23 anos, morador da Cidade de Deus que exerce a profissão há oito anos. Seu sonho era ser jogador de futebol e por dois anos tentou seguir na profissão, mas teve que voltar à barbearia pela questão financeira.

“Eu ainda moro com os meus pais, então o que eu consigo aqui é para sair e comprar roupa. Gosto muito do que faço, porque tenho facilidade e criatividade para fazer os desenhos”. Com dificuldade em usar a tesoura, ele vê como grande diferencial de seu trabalho os desenhos que faz:

Esta é a mesma opinião de Ewerton Chagas, 21 anos, integrante do grupo de funk “Os Hawaianos”. “Eles cortam melhor que muitas pessoas que se dizem profissionais e sabe fazer desenhos que outros não fazem. Além disso, eu pago R$20 e faço um monte de coisas como descolorir, fazer desenhos e a sobrancelha. Se eu fosse fazer fora da Cidade de Deus pagaria R$ 70”, fala Tonzão, como é mais conhecido.

Ele destaca também que ali o tratamento ultrapassa o formalismo de um atendimento. “Aqui eu tenho atendimento e um preço que tem mais a ver com a minha realidade. A coisa aqui não fica só no profissional. Todos se conhecem e o ambiente é bem descontraído”.

No mesmo salão, Raphael Carlos, o veterano dos jovens barbeiros, é o mais requisitado por ter mais tempo no local e com isso uma clientela fixa. “Eu não consigo me ver em outra profissão. Comecei aos 13 anos de idade e quando tive o meu primeiro filho, aos 16, entrei na profissão com mais dedicação e empenho. É com esse dinheiro que sustento a minha mulher e o meu filho”.

Negócio de família

Na quadra 15, outra localidade da Cidade de Deus, Edmilson de Oliveira, 43 anos, mais conhecido como Borracha, divide o espaço com o irmão e o sobrinho. “Nós começamos sem nenhuma estrutura. Antes de se tornar uma barbearia, os moradores usavam o local como depósito de lixo, por ser na beira do rio. A gente cortava o cabelo de parentes e amigos na rua mesmo e não recebíamos nada por isso, mas depois as pessoas ofereciam uma espécie de caixinha e tivemos a ideia de construir a barbearia”.

Hoje, a família de Borracha é sustentada com o que ele ganha na barbearia e ele acredita que é uma boa profissão para os jovens que a levarem a sério. “Dá para a pessoa ter casa, carro. Se tiver um planejamento é possível crescer. Eu, por exemplo, sustento três filhos com o dinheiro da barbearia”.

Os clientes da barbearia de Borracha não são apenas moradores da Cidade de Deus que indicam a amigos e colegas de trabalho que moram em bairros próximos como: Gardênia, Rio das Pedras, Curicica, Vila Valqueire e Praça Seca.

Dilson Martins de Oliveira, 19 anos, é sobrinho de Borracha e aprendeu sozinho os macetes do corte. “Eu comecei aos 13 anos observando o meu pai e o meu tio. O maior atrativo para eu ter virado barbeiro é poder trabalhar perto de casa e os bons rendimentos”, explica ele que paga regularmente sua autonomia.

*Com Michel Fernandes, morador da Cidade de Deus /

Fontes: vivafavela.com.br


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